* Júlio César Nunes
Modelo
de jogo pode –se definir como a forma que a equipe atua nas partidas. É um
conjunto de princípios que os atletas executam quando estão sem e com a posse
de bola.
Muitos
confundem ainda, sistemas táticos, com modelo de jogo. Independente do sistema
escolhido, a forma que a equipe atua, se posta em campo, define seu modelo. O
modelo de jogo, está relacionado também à cultura da equipe, a história. Muitos
técnicos acabam tendo insucesso nas equipes, por ignorarem completamente esse
quesito.
Não
se imagina hoje, um técnico assumir a equipe do Barcelona, e mudar a forma da
equipe jogar. Tirar os toques curtos e a posse de bola adquirida, e implantada
em todas as categorias de base do clube, pois isso é uma forma, um modelo de
jogo definido. Se imagina o Barcelona, jogando com transição ofensiva rápida,
com contra-ataque e lançamentos longos, apenas? O Barcelona até pode ter uma
transição ofensiva rápida, mas apoiada no passe, saindo com passes curtos,
compactando a equipe à frente.
Não
podemos ignorar a cultura, a história da equipe. Você imagina a equipe do
Grêmio jogando sem um número 9, um centroavante? Apenas com atacantes de
velocidade?
Quando
se assume uma equipe, a primeira observação a ser feita é entender sobre seu
passado, saber as características dos atletas que já estiveram ali, e marcaram
história nesse clube. A partir disso, você conseguirá ter elementos que lhe
ajudarão a definir um modelo de jogo, uma forma de jogar.
Com
princípios claros e bem definidos, você começará a implantar o seu modelo de
jogo. Os atletas deverão saber exatamente em que momento do jogo, se deve
aumentar ou diminuir a intensidade, por exemplo. Definir em qual faixa do
campo, e em que momento se pressionará o adversário até roubar a bola, ou parar
a jogada com uma falta tática.
Se
a sua transição defensiva, for de forma “agressiva”, pressionando alto, encurtando
os espaços lá no campo do adversário, isso deverá estar bem claro em seus
atletas, e principalmente em que momento do jogo. Se sua transição ofensiva,
por exemplo, for em contra-ataque, pré - estabelecido, seus atletas deverão
saber exatamente qual movimentação realizar, a partir, do momento que se
recupera a posse de bola.
Outro fator a ser considerado, deve ser a
“adaptação de clube para clube”. Segundo Drubscky (2003) o processo de
adaptação do atleta deverá ser abordado sob dois aspectos: adaptação técnico
tática e adaptação ambiental. A adaptação ambiental seria, a forma que o atleta
vai se inserir no novo ambiente, uma estrutura boa, ser bem recebido, se sentir
confortável, motivado para criar, são fatores determinantes para seu sucesso. À questão técnico tática se refere mais ao
modelo de jogo, pois muitas vezes, os atletas vêm de outras culturas, cidades e
outras formas de se “entender” o futebol. Demoram para se adptar à nova forma
de jogar, pois sua questão cognitiva não foi trabalhada como deveria
anteriormente.
Sendo
assim, acredito que algumas equipes aqui no Brasil, já estão definindo bem a
sua forma de jogar, e implantando isso como característica no clube. Inserindo
em suas categorias de base um modelo de jogo, que fará com que os atletas
entendam, e melhorem suas qualidades técnico táticas. Assim sendo, o atleta
subirá de categoria e terá grande possibilidade de êxito, pois encontrará o
mesmo modelo de jogo na categoria acima, assim sendo, até o profissional.
* Profissional de Educação Física, CREF: 017221-G/RS. Auxiliar técnico do profissional do Clube Esportivo Bento Gonçalves RS.
Bibliografia:
Universo Tático do Futebol. Editora Health, 2003.
Modelo de jogo
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